Lembrando que uma das principais tarefas de um administrador é gerenciar pessoas que mantém em paralelo uma vida profissional e e uma pessoal, e conhecer o modo de pensar delas certamente irá facilitar essa gestão.
"Quando fui convidado para comentar este assunto, além de surpreso fiquei
feliz pela oportunidade de tratar de algo tão delicado e ao mesmo tempo tão
presente em nossas vidas, ainda mais lidando com um público jovem, formador de
opinião, e de mente aberta, que mesmo discordando, conseguirá sintetizar estes
comentários de forma positiva.
Antes de dissertar sobre o assunto, gostaria de esclarecer um engano
bastante comum sobre o ateísmo, que é comumente tratado como uma doutrina, ou
até mesmo uma religião. Na verdade o ateísmo nada mais é do que a negação da
existência de divindades, seres supremos ou forças ocultas superiores de
qualquer forma. O ateísmo é uma filosofia pessoal, não possui líderes, regras,
doutrinas ou seitas, é uma conclusão do indivíduo e só diz respeito a ele,
coisa que aliás, seria o objetivo inicial das religiões também.
Dito isso fica mais fácil entender porque existem entidades como
associações ateístas, não para pregar ou disseminar o ateísmo, mas sim para
defender os direitos que constitucionalmente, todos deveriam ter, já que o
nosso país em específico deveria ser um Estado Laico. O problema começa quando
as entidades religiosas que deveriam ajudar seus seguidores a encontrar seu
propósito seja ele qual for, tentam interferir em assuntos que dizem respeito
ao resto da população, e não somente aos que simpatizam com suas práticas.
Não cabe a nenhum de nós apontarmos qual religião está certa ou errada,
se é que isso é possível, mas é fato que dentre esse meio “espiritual” muitas
entidades tem interesses bem diferentes do que é exposto a seus seguidores, há
muito tempo a fé humana é tratada como negócio de forma descarada, a boa
vontade, a ignorância, e muitas vezes até o sofrimento das pessoas são vistos
como oportunidades por esses “empreendedores”, que utilizam-se de armas que vão
do medo até as falsas promessas para manter o controle sobre seus fiéis,
aproveitando-se dessa visão inferiorizada que estes tem de si mesmos.
Ao invés de expor uma opinião que provavelmente desagradaria a muitos,
vou deixar alguns simples questionamentos para que vocês cheguem as suas
próprias conclusões.
Partindo do pré-suposto que a utilidade da religião na vida de uma
pessoa é que ela possa encontrar a verdade através de um ser ou conhecimento
superior, que essa jornada é individual, já que somos únicos e todos nós temos
a capacidade de atingir esse objetivo, e acima de tudo, que a grande maioria,
se não todas as religiões, pregam mensagens de paz, amor, respeito,
solidariedade e harmonia, peço que considerem os pontos abaixo e respondam (sim,
comentem) se realmente as religiões cumprem seu papel, e mais, se são realmente
necessárias, ou se existem alternativas mais pessoais que atinjam os objetivos.
Qual a necessidade da existência de corporações, hierarquias, vestimentas,
códigos de conduta, construções e todo tipo de burocracia ligada a religiões
para que se alcance essa paz?
Porque autoridades religiosas precisam interferir em assuntos ligados a
pessoas que não compartilham de suas crenças? E que direito eles tem de
criticar comportamentos que não interferem na vida de ninguém além da pessoa
que os pratica?
E acho que a questão mais importante é: Temos capacidade de chegar a uma
conclusão sobre nosso mundo, nossa moral e tudo que nos rodeia e define nossas
vidas, ou precisamos mesmo que alguém nos diga como agir e pensar sem que
questionemos?
Desculpem ter me prolongado, mas é um assunto que deve ser tratado com a
maior profundidade possível, e pessoalmente a mensagem que gostaria de passar
não diz respeito somente à religião, mas sim a nossa conduta perante todos que
dividem essa curta existência conosco.
Sendo seres pensantes, que tem consciência das consequências de tudo que
fazemos na vida de nossos semelhantes, temos o direito de ver injustiças
acontecendo, pessoas sendo enganadas, mentiras e medo sendo utilizados para
obter vantagens, manipulação e crueldade espalhadas a nosso redor, e
simplesmente ficarmos de braços cruzados? Será que não é problema nosso mesmo?
Não nos tornamos tão maus ou até piores em saber que isso tudo está acontecendo
a pessoas que possivelmente não podem se defender e mesmo assim não fazemos
nada? Seria egoísmo ignorar.
“O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons.” - Martin
Luther King"
Franer Retzlaf - 18 anos
*As opiniões expressadas acima são de total responsabilidade do escritor.